Como os jogos podem contribuir para o desenvolvimento das competências do futuro?

07 de maio de 2021
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Sabemos que a pandemia do Covid-19 acelerou uma série de tendências na economia e no ambiente de trabalho como o trabalho remoto e a transformação digital nas empresas em todos os setores e em todos os cantos do mundo. Com isso, a grande reflexão que muitas empresas, profissionais e pesquisadores tem realizado é como será o futuro do trabalho na era pós-covid? Quais competências serão necessárias?


Em Outubro deste ano, o World Economic Forum (WEF) publicou o estudo "Future of Jobs Report 2020", onde são previstas as competências essenciais para 2025. A pesquisa aponta que 50% dos profissionais precisarão se requalificar até 2025 para atender as novas demandas do mercado, o que é um número que chama muito atenção. Dentre as competências projetadas para os próximos 5 anos, o WEF destaca uma série de "soft skills", associadas a competências comportamentais, tais como: pensamento crítico e inovação, aprendizagem ativa, resolução de problemas complexos, criatividade, liderança e influência, resiliência e adaptabilidade, bom senso e tomada de decisão. Além disso, são destacadas também as habilidades técnicas como domínio do uso da tecnologia e programação.


Com isso, uma das questões mais estratégicas das organizações e dos profissionais é como aprender e exercitar essas competências de forma contínua. Não é por acaso que a capacidade de gerar aprendizado de forma ativa passou a fazer parte do top 10 nesta edição da pesquisa do WEF.


Neste contexto, a gamificação pode ser uma forte aliada para o desenvolvimento de tais competências. Os jogos deixaram de ser apenas uma forma de entretenimento e hoje em dia podem ser projetadas experiências gamificadas com alta capacidade de engajamento e que geram gatilhos mentais para mudança de comportamento e aprendizagem. Quando analisamos diferentes metodologias de educação, os jogos são classificados como metodologias ativas e possuem mais de 80% de retenção de aprendizado.


Os jogos corporativos ou "serious games" possibilitam que seja simulada a realidade através de uma experiência divertida, lúdica e imersiva, fazendo com que os jogadores se comportem de forma espontânea e se permitam explorar novas possibilidades que normalmente poderiam ser bloqueadas pelos paradigmas e racionalizações da rotina de trabalho. Desta forma, pode-se fazer uma associação direta com as soft skills apresentadas no relatório do WEF, pois a aprendizagem de novos comportamentos é muito melhor absorvida por meio de uma experiência do que por abordagens expositivas. Ao vivenciar uma experiência de forma imersiva, os participantes conseguem ter feedback sobre suas ações e associar a analogia do jogo com a realidade. De mesma forma, hard skills, ou competências técnicas, também podem ser exercitadas por meio de um jogo, através da criação de mecanismos de desafio e recompensa em que os participantes precisam aprender e testar suas habilidades


Por fim, pode-se extrair desta reflexão que com o avanço da tecnologia, o trabalho como conhecemos hoje está mudando (e rápido!) e cada vez mais precisamos nos tornar profissionais "jogadores", ou seja, pessoas criativas, capazes de resolver desafios complexos, de liderar e trabalhar com a diversidade de pessoas e ideias, aprender continuamente e se adaptar as mudanças de forma ágil e eficaz.


Fontes: World Economic Forum; National Training Laboratories.